HEUTAGOGIA. O QUE SERÁ ISTO?
A Heutagogia é o progresso dos métodos
educacionais anteriores, conhecida como a aprendizagem autodeterminada, na qual
o discente aprende em seu tempo e não no do professor. É um processo ativo e
proativo, sendo o discente o agente de sua própria aprendizagem (BLASCHKE,
2012; HASE, 2011; HASE, KENYON, 2000; HASE, KENYON, 2003). A abordagem
Heutagógica verifica a necessidade de a aprendizagem ser flexível em que o
professor oferece os recursos (a isca), mas são os discentes que desenvolvem o
currículo.
Segundo Hase e Kenyon (2000) os
professores devem se preocupar com o desenvolvimento da capacidade do discente
e não apenas a incorporação de habilidades baseadas em disciplina e
conhecimento. O professor deveria renunciar a qualquer poder que julga ter. A Heutagogia
defende o ideal de um currículo aberto e negociado com base nos conceitos de
aprendizagem. Hase (2011) defende que a compreensão do discente é uma festa
móvel e imprevisível, complexo e emergente e que existe a necessidade de alguns
dados essenciais em termos de conteúdo, contexto e processo.
O quadro abaixo revela diferenças entre
a Andragogia (metodologia de ensino para adulto) e Heutagogia, revelando que a
Andragogia e a Heutagogia ultrapassam as aulas expositivas, centradas no
docente, promovendo interação entre o discente e o professor. Existe um
processo de amadurecimento, dentro do qual o indivíduo passa da dependência
para a auto direção e depois para autodeterminação.
Quadro 2- Diferenças entre a Andragogia e a
Heutagogia
Características da aprendizagem |
Andragogia |
Heutagogia |
Relação professor/discente |
A aprendizagem é centrada no discente, na independência e na
autogestão da aprendizagem. |
O Discente é um agente de sua formação, o professor é um organizador e
facilitador da participação. |
Razões da aprendizagem |
As pessoas aprendem o que precisam saber (aprendizagem para a
aplicação prática na vida diária). |
Razões alicerçadas na vontade do discente, seus objetivos e
necessidades. O discente sabe por que precisa aprender. |
Motivação |
Os adultos são sensíveis a estímulos externos (notas, etc.), mas são
os fatores de ordem interna que os motivam para a aprendizagem (satisfação,
autoestima, qualidade de vida, dentre outros). |
Busca a autonomia pessoal/profissional por isto está motivado a aprender
de forma mais autônoma. Experiência do discente O ensino é didático,
padronizado e a experiência do discente tem pouco valor. |
A experiência do discente |
A experiência é uma fonte rica de aprendizagem, pela discussão e
solução de problemas feita em grupo. |
Reorganização das experiências cotidianas, que envolve a ação, a
reflexão na ação, a reflexão sobre a reflexão na ação. |
Orientação da aprendizagem |
Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de
conhecimentos para se chegar à solução. |
Mistura pedagogia com Andragogia, adaptados aos interesses /
necessidades individuais do discente. |
Vontade de aprender |
Os adultos estão dispostos a
iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam sua utilidade para
enfrentar problemas reais da vida pessoal e profissional. |
Discentes mais disciplinados com o aprender se comprometem com o
estudo a distância na busca dos objetivos. |
Fonte: Cavalcanti (1999); adaptado de Hase (2000) e
Hase e Kenyon (2001).
Blaschke (2012, p. 61) aponta
características especificas do EaD que são alinhadas com a Heutagogia
como:
• Tecnologia: reconhece a necessidade premente e conveniente da
associação de recursos tecnológicos no processo de EAD, alinhando as para que
façam parte da prática do sistema de aprendizagem não presencial. A Heutagogia
seria um conceito capaz de absorver as tecnologias emergentes principalmente em
ambientes virtuais, embora aponte ainda a necessária continuidade nas
discussões a respeito para firmá-la como um princípio do EAD;
• Perfil do discente: Na prática, o EAD está voltado à
aprendizagem, tendo como público alvo o adulto, sendo idealizado de forma
gradativa focando angariar adeptos cujo perfil se enquadre em um nível
educacional e cultural mais elevado. O EAD tem sido moldada pela teoria de
Knowles, que reconhece a Andragogia como um conjunto de métodos para ensinar
adultos. A Heutagogia pode ser considerada, neste contexto, como aplicável
também aos adultos, em ambientes de aprendizagens não presenciais;
• Autonomia do Discente: A prática Heutagogica requer certo grau
de autonomia no processo de aprendizagem por parte do discente, premissa que se
encontra arraigada no próprio sentido da Heutagogia.
Com base nestes modelos podem-se
considerar os seguintes métodos utilizados no EAD: Chat, Correio Eletrônico,
Fórum, Jogos Educativos ou de Simulações de Negócios, Sites para Consultas,
Material impresso, Áudio ou Vídeo Aulas, Teleconferência/Webcast, Conteúdo de
Autoaprendizagem, Prova de Avaliação Presencial, Trabalho Individuais ou Grupo
e Monografia (MAIA E MEIRELLES, 2007). Outras estratégias de ensino usadas em
aulas presenciais podem ser adaptadas para o EAD, tais como Método do Caso ou
Mini Caso, Ensino com Pesquisa, Mapa Conceitual e Resumo.
Com isto, entende-se que a Heutagogia é
uma metodologia que além de agregar nos dias de hoje para o aprendizado de uma
forma geral, e específica para a população adulta, a sua tendência direciona-se
a uma constância evolução e até podemos afirmar que é um caminho sem volta,
principalmente no momento que estamos vivendo de isolamento social e a evolução
tecnológica, que há de vir, 5G. Educadores, explore este caminho. Adulto,
aproveite cada momento para utilizar a tecnologia para seu crescimento no
conhecimento. Ambos são um caminho com vasto leque de oportunidades.
Obs.: Texto extraído de artigo elaborado por Edgar de Moura
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